O meu espaço de compartilhar música, poesia e sonhos ...

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"O QUE SERÁ DE NÓS
SE ESTIVERMOS CANSADOS
DA VERDADE,DO AMOR?"
(Márcio Borges)

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A palavra como arma...e a canção como escudo. Sempre.

domingo, 6 de outubro de 2024

Partida

 Karla Coelho 


Sempre partida...

e sempre buscando a completude, 

intangível,  inatingível. 

Sempre buscando o silêncio de uma paz 

que não passa de utopia 

nesse mundo repleto de vazios. 

Sempre na estrada, 

até que a morte silencie todos ruídos, 

apague todas as luzes, cale todos os gritos silenciados no peito, 

aquiete todos os ruídos que feriram meus ouvidos 

e fizeram o coração latejar. 


Sempre partida, 

querendo alcançar o metafórico horizonte,  

que ninguém pisou, 

Sempre esquecendo que os pés cansados 

não são suficientes para tanta ousadia. 

Sempre em movimento com um corpo 

que se esforça para dar conta 

de seu próprio peso. 

Sempre seguindo um coração 

que minha criança desenhou faz tempo

E mesmo agonizante se recusa a renegar.


Sempre partida, sem querer chegar, 

porque sou um ser 

feito de caminho.


Escrito em 05/10/2024.

domingo, 12 de março de 2023

Luto ( Criança ll)

Meu coração de criança                                          

Me levou a lugares sombrios.                              

Me fez perder em desertos,                      

acreditar em miragens                                              

e cair em abismos. 


Meu coração de criança só procurava abrigo 

mas permanece em abandono ,                          

procurava a verdade e foi confundido por mentiras, procurava um lar e viveu sozinho,              

procurou a paz e achou vazios,                

sangrando feridas abertas sem cuidado, sem remédio...


Minha pobre criança ...ela agoniza.                  

Não há quem a possa resgatar, porque não há quem a queira,                                                      

não há quem a reconheça                                    

ou quem sabe talvez ninguém de fato a enxergue.                                                              

Sinto ela soltar minhas mãos como quem desfalece de cansaço,                                      

como quem não quer se despedir mas não encontra mais sentido para ficar...          

Momento de aceitar a verdade inexorável e lancinante                                                                

do luto que não se quer viver,                              

que não é justo mas  é inevitável                    

como uma verdade que não há como contestar. 


Ao que sobrar de mim ficará  a certeza de continuar,                                                                

sem tanta esperança, sem tanta fé na vida, 

sem muitos sorrisos,

mas honrando a memória da criança                

que até outro dia viveu em mim,                

guardando na alma as lições que ela me ensinou                                                                        

e a ternura que outras crianças hão de precisar  

nos desertos do  caminho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Por enquanto

Karla Coelho

Enquanto houver amor, que ele não se esconda,
Que  não tenha vergonha de se mostrar a quem não o conhece.
Enquanto houver amor, que ele não tenha medo
De ser exceção à regra, e quebre todas as regras  que não o puderem incluir.
Enquanto houver amor, que ele liberte
Quem se sente prisioneiro da sua própria dor...
Enquanto houver amor, que ele ilumine
A sombra de toda a solidão.

Enquanto houver amor, que ele não se cale
E faça a verdade ser mais doce.
Enquanto houver amor, que ele seja capaz de ensinar mais às pessoas
Do que o sofrimento...
Enquanto houver amor, que ele acolha
Toda  alma que se sentir sem esperança.
Enquanto houver amor, que ele transforme em ternura
A dureza do coração dos homens.

Enquanto houver amor, que ele se multiplique
E apazigue o mundo...
...Enquanto ainda houver tempo.


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