Karla Coelho
Sempre partida...
e sempre buscando a completude,
intangível, inatingível.
Sempre buscando o silêncio de uma paz
que não passa de utopia
nesse mundo repleto de vazios.
Sempre na estrada,
até que a morte silencie todos ruídos,
apague todas as luzes, cale todos os gritos silenciados no peito,
aquiete todos os ruídos que feriram meus ouvidos
e fizeram o coração latejar.
Sempre partida,
querendo alcançar o metafórico horizonte,
que ninguém pisou,
Sempre esquecendo que os pés cansados
não são suficientes para tanta ousadia.
Sempre em movimento com um corpo
que se esforça para dar conta
de seu próprio peso.
Sempre seguindo um coração
que minha criança desenhou faz tempo
E mesmo agonizante se recusa a renegar.
Sempre partida, sem querer chegar,
porque sou um ser
feito de caminho.
Escrito em 05/10/2024.

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