O meu espaço de compartilhar música, poesia e sonhos ...

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"O QUE SERÁ DE NÓS
SE ESTIVERMOS CANSADOS
DA VERDADE,DO AMOR?"
(Márcio Borges)

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A palavra como arma...e a canção como escudo. Sempre.

domingo, 12 de março de 2023

Luto ( Criança ll)

Meu coração de criança                                          Me levou a lugares sombrios.                               Me fez perder em desertos,                      acreditar em miragens                                              e cair em abismos. 


Meu coração de criança só procurava abrigo mas permanece em abandono ,                          procurava a verdade e foi confundido por mentiras,                                                        procurava um lar e viveu sozinho,              procurou a paz e achou vazios,                sangrando feridas abertas sem cuidado, sem remédio...


Minha pobre criança ...ela agoniza.                  Não há quem a possa resgatar, porque não há quem a queira,                                                       não há quem a reconheça                                    ou quem sabe talvez ninguém de fato a enxergue.                                                              Sinto ela soltar minhas mãos como quem desfalece de cansaço,                                      como quem não quer se despedir mas não encontra mais sentido para ficar...          Momento de aceitar a verdade inexorável e lancinante                                                                do luto que não se quer viver,                              que não é justo mas  é inevitável                    como uma verdade que não há como contestar. 


Ao que sobrar de mim ficará  a certeza de continuar,                                                                sem tanta esperança, sem tanta fé na vida, sem muitos sorrisos,                                                    mas honrando a memória da criança                que até outro dia viveu em mim,                guardando na alma as lições que ela me ensinou                                                                        e a ternura que outras crianças hão de precisar  nos desertos do  caminho.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Por enquanto

Karla Coelho

Enquanto houver amor, que ele não se esconda,
Que  não tenha vergonha de se mostrar a quem não o conhece.
Enquanto houver amor, que ele não tenha medo
De ser exceção à regra, e quebre todas as regras  que não o puderem incluir.
Enquanto houver amor, que ele liberte
Quem se sente prisioneiro da sua própria dor...
Enquanto houver amor, que ele ilumine
A sombra de toda a solidão.

Enquanto houver amor, que ele não se cale
E faça a verdade ser mais doce.
Enquanto houver amor, que ele seja capaz de ensinar mais às pessoas
Do que o sofrimento...
Enquanto houver amor, que ele acolha
Toda  alma que se sentir sem esperança.
Enquanto houver amor, que ele transforme em ternura
A dureza do coração dos homens.

Enquanto houver amor, que ele se multiplique
E apazigue o mundo...
...Enquanto ainda houver tempo.


Querência

Querência
 Karla Coelho

Há em mim uma querência, uma inquietante querência,
De uma paz que não sei se conheço
E a procuro no  aconchego do abraço de quem eu amo
No fim das coisas, no fim do dia , no fim da esperança,
Pra conseguir ter esperança outra vez.
Pra conseguir descansar o coração
Do peso das lutas, que tantas vezes perdemos,
Porque nos perdemos daquilo que somos,
Quando a vida nos leva a leveza,
E pesados se tornam os ombros.

Há no ar uma querência que grita,
Uma aflita querência de encontrar abrigo
Em um mundo em convulsão,
Dentro e fora de nós...
Uma busca  pela terra natal da alma da gente,
Esquecida no arquivo morto dos sonhos que desistimos de sonhar.
Querer descobrir o caminho de volta pra casa,
Para o melhor da nossa essência
Nos braços de quem se ama
Para o coração aquietar,
Para se ter descanso.
E aí então, finalmente, não querer mais nada,
Além do silêncio e do abraço que acolhe...
Do amor que nos escolheu para amar.

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