Criança
Karla Coelho
As flores do meu caminho
Nascem sem ninguém pedir...
Tem gente que faz questão de matar
Para não atrapalhar a passagem,
Tem gente que ignora...
Tem gente passando sempre
Mas ninguém pára,
Ninguém olha para as flores;
Olham para o caminho
Porque o caminho é perigoso,
Olham para o relógio
Que não pára, que as impele rapidamente
Para adiante, sempre
E vou me convencendo de que sou
Talvez uma das poucas pessoas
Que, em meio a tudo
Ainda observa as flores,
Aquelas flores no meio do mato,
Flores sem trato no caminho de tanta gente.
No meu caminho
Essa gente que passa
Sem tempo e desconfiada,
Essa gente passa por mim
E quase sempre não me vê...
E há tanto que eu queria ofertar,
Tantos sentimentos singelos,
Coloridos, pequenos e grandes,
Bons sentimentos
E verdadeiros,
Brotando ou em flor...
Há tanto em mim que eu queria compartilhar
Com quem passa pelo meu caminho,
Mas todo mundo parece ter medo,ter pressa;
Afinal,ninguém é mais criança
Para ousar, correr riscos,
Distrair-se dos seus objetivos
Sempre tão bem definidos
Para perder tempo com flores,
Afetos, sentimentos...
Talvez apenas eu seja
E por mais infantil que pareça,
Eu não queria deixar de ser.
Por isto,quem sabe,
Eu enxergue as flores do meu caminho,
Flores a esmo,singelas, no meio do mato,
Sem trato, no caminho de tanta gente.
Eu entendo sua sina.
Meu coração de criança
Resolveu me plantar entre elas...
Escrito em 25 de outubro de 2007.
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Um comentário:
Querida amiga,
Fico feliz por seu trabalho e iniciativa. A poesia sempre terá espaço no coração de pessoas sensíveis e sinceras. Não há como matar a emoção. Não há como matar a alegria de viver. Enquanto houver a sua sensibilidade e o seu coração amoroso estamos livres dessa morte. Enquanto existerem corações-crianças pulsando sobre a Terra sempre haverá poesia e flores a serem contempladas e compartilhadas. Haverão olhares doces e românticos a admirar a Graça de Deus. Corações quebrantados percebem, se alegram e partilham o resplandecer do Amor de Deus que Se renova a cada manhã nos sustentando em meio a um mundo tão caótico e infeliz.
Amo você, minha irmã doce e sempre menina, pra quem o tempo não passa, e de quem, os anos, não roubam o fulgor da esperança e da vida. Denise Gaspar.
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